quarta-feira, 2 de novembro de 2011

FOLHAS MÚLTIPLAS

       Recebi um dia, da minha amiga, amada e adorada, uma epistola, na qual nela, datava ela, a minha genialidade, a minha educação, e o prazer dela ser louvada e exaltada por um amor tão doce, mas, que, entretanto, não poderia ofertar o seu amor e ainda disse que neste vasto campo eu encontraria uma bela moça merecedora do meu sentimento. Eis que pego como título da discórdia da alma, as folhas múltiplas, que são os espíritos femininos, porque, quem sabe, no meio de tantas múltiplas folhas, possa fecundar a ímpar flor que me fará sucumbir e outra vez, voltar ao meu primeiro grande amor inocente.
               O estranho! O explicado! A tradição de um gosto na figuração de um sonho! É dramático, o coração que ama viver submerso, como o gravador de uma delícia, e que não acontece? Nos sonhos temos a cor, os sentidos, os movimentos, mas nunca o seu sabor! A raiz forma a árvore, essa se orna com folhas, flores e frutos. A sua seiva fortalece o seu viço e, nas suas folhagens, eis que canta o pássaro solitário, olhando a beleza daquela que o sustenta.
A solidão, a dor e as lágrimas que caem como declaração de sofrimentos. “Ah! Eu posso voar!” Assim pensa a ave solitária. Mas como? Como voaria se o seu céu não mais faz a sustentação da sua grandeza? Voaria para onde? Pois aquilo que fazia que seus voos fossem brilhantes, fugiu-se e a sua inspiração, sem ritmo, mobilizam as suas asas sem criação artística!
E à sombra da árvore bela dorme o moço! A febre dos seus delírios treme na sua face que brinca com o encanto sonhado. O sol que desponta nos seus lábios, aquecem as bolinhas de sabão que são pipocadas pelo o sopro do seu hálito! São círculos que se formam, e em cada uma dela navega os seus sonhos. O espírito solene apregoa aos seus sonhos gorjeios de descansos.
     Há uma inquietação na forma como me olha
O mundo sensível e acessível à alma jorra
Doces fenômenos líricos, onde te debate e chora
O fogo arde à razão que no teu seio devora
O meu ideário é sentir as delibações dos processos intensos da instituição que é o AMOR. Sentindo as suas marcas que operam nas composições dos seus abalos, dos seus tremores, oriundo do seu significado e dos seus “AIS” poéticos. Não quero renovar o seu conteúdo, pois depende de cada língua, refinada, buscar o equilibro nos recursos variados que têm os sentimentos. No olhar, nos toques e até mesmo nos sonhos se determinam a influência sútil da força das fontes criadoras que é o amor.
     Uma composição, revelando, claramente, os seus traços de destaques, a sua elevação, sensação e o seu maior monumento: o seu gosto.
Eu amei um dia, ou, quisera eu amar um dia?!
O fato é que eu me entreguei, assim que a vi, aos meus primeiros sonhos! Uma perspectiva escriturada foi posta nas formas dos meus sorrisos. Eis que a minha percepção, subiu-me como uma atração, tal como a mariposa sente pela a luz, assim comigo também aconteceu. Pude senti no fogo daquela luminosidade, o manifesto do coração, com os seus instintos, sentidos, a atração incessante da fascinação irresistível daqueles olhos encantados e cheios de viços.
No conflito entre a borboleta e o fogo, onde ela, seduzida pelos os seus raios é consumida, pois, entrega-se ao magnetismo da inebriante luz, assim fiz também, apenas uma diferença entre eu e a borboleta, essa se entregou por completo, eu, apenas me queimei, mas consegui sobrepor-me a ele, as suas ardências, respirando assim, depois o seu doce gosto. A borboleta sedenta pelos os sinais das faíscas da luz foi levada ao martírio da loucura. 
Nasceu assim em mim, um acústico perceptivo, de significados pragmáticos, fala acentuada de entonações febris. A alma inteligível se ligou as paisagens múltiplas e profundas do mundo sensível de subjetividades, que fluíram, ativando nas suas descobertas, que o consciente do meu espírito foi abalado, e, entregue a esses poderios de forças, apenas sorvi o sonho da concretização do seu realizar que tanto ansiava o meu corpo.
  Surgiram diante dos meus olhos, os espectros privilegiados dos sentidos, manifestados através dos tremores, e os seus efeitos, FEZ DESLOCAR a lógica notável das suas determinações pela a face do meu SER, que distribuía na sua mente, os comunicados dos elementos de um mundo cheio de novidades e doce desencadear do seu mover no meu seio.
Amei a moça porque dentro de mim foi articulado o inesgotável, o profundo doce excessivo e movente, sentidos e ideias distintas e domínio de exclusividade.
Estava eu frente a frente de uma dádiva que tanto sonhara o meu coração. Foram moldados, ordenados, a minha mente, O belo espírito feminino de leis e pensamentos que fazia uma metamorfose no meu EU. Entregar-me-ia a razão dos juízos líricos e dos seus mecanismos de elaborações, susceptíveis e de propósitos grandiosos, elevados símbolos de belezas. Espontâneas formas da doutrina do amor que persuades a concepção de um enamorado, que se entrega a sua volúpia e o desenvolver das suas ideias sensatas. Eu, no jogo de princípios e consequências, deixei-me ser levado pelos os símbolos, os signos do amor, e, a ele me permiti ser permeado pela a sua linguagem, pela a sua voz e pelas as afecções dos seus sentidos interpretativos.
Observava eu aquela alma gentil, com aderência nas suas formas e o belo jeito de olhar. Sua voz foi significativa, onde inarticulados os meus suspiros dormiam, e pela a convecção dos seus discursos de sons expressivos, ela arrebatou em mim, as temporalidades ativas e incessantes, que fizeram os meus sonhos explodirem em devaneios, onde até hoje não tenho paz. Ufa! Sonhamos pelo o seu eterno.

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